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terça-feira, 31 de maio de 2011

19/05/2011 Crimes de maio


Após cinco anos das trágicas mortes ocorridas em maio de 2006, onde foram vitimadas mais de 500 pessoas, sendo a grande maioria jovens, entidades fazem ato em memória às vítimas em São Paulo.

O evento aconteceu no dia 12 de maio, no Sindicato dos Jornalistas e foi coordenado pelas Mães de Maio, grupo formado por familiares e amigos das vítimas.

O deputado estadual José Candido participou da atividade e ressaltou sua preocupação com a ineficiência da política de segurança pública em nosso Estado, “infelizmente as pessoas a quem confiamos a nossa segurança são as que atentam contra as nossas vidas”, afirmou.

Segundo Rose Nogueira, presidente do grupo Tortura Nunca Mais, em 2006 foram registradas quase 500 mortos, mas o número passa de 800. “Todas as mortes estão impunes, uma parte dos processos foram arquivados, outros foram registrados como resistência seguida de morte, uma farsa na comunicação destes crimes utilizada para “justificar” o assassinato. É revoltante saber que os poucos autores que foram identificados foram inocentados”, afirmou ela.

Bastante emocionada, mas muito segura de seu desejo por Justiça, Débora Maria, uma das lideranças do grupo das Mães de Maio fez seu pronunciamento. “Deveríamos estar celebrando a Justiça, a punição dos algozes dos nossos filhos, mas isso não acontece porque somos pobres. A periferia tombou! O Estado não mata somente os nossos filhos, ele também mata lentamente as mães”, finalizou.

O Pe. Valdir Silveira, da Pastoral Carcerária, lembrou os mortos no massacre do Carandiru, “foram 111 mortes, a maioria era primária, é a destruição da cidadania com o aval da sociedade, que acredita que todo preso é um bandido que merece morrer. A exemplo dos crimes de maio de 2006, as mortes de 92 no Carandiru estão sem resposta, infelizmente os massacres em nosso Estado não é novidade”, declarou.

Durante a atividade aconteceu o lançamento do livro "Do Luto à Luta - Mães de Maio" e uma coletiva de imprensa sobre os "5 anos dos crimes de maio: 5 anos de impunidade", com a presença das mães de SP e de Santos e da Rede Contra Violência. Mães do Rio de Janeiro e do Espírito Santo também participaram do ato e fizeram denúncias sobre crimes semelhantes ocorridos em seus estados.

Ao final do encontro os participantes fizeram uma marcha até a Praça da Sé, onde encerraram as atividades com um ato ecumênico.

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